terça-feira, 26 de outubro de 2010

Semana de Estudos Teológicos


Começou ontem a Semana de Estudos Teológicos da Faculdade.
Ontem na celebraçao de abertura tivemos a palavra do bispo Paulo Lockmann e na manhã de ontem ainda ouvi meu amigo Daniel Souza (vulgo baiano) falar de poesia e teologia "Cristologia Teopoética".
Hoje pela manhã fomos contagiados pelas palavras sempre relevantes do grande Prof. Milton Schwantes e o Prof. Luiz Carlos. Assisti à apresentações de pesquisas por minhas amigas Kennie e Rejane ( Congresso Científico).
Agora ao escrever-vos estou aqui na biblioteca pensando a devocional de amanhã. Muito trabalho e cansaço e está apenas começando.
Durante toda a semana veremos a abordagem de temas relacionados a bíblia e a vida das pessoas, ao cotidiano de fé das comunidades, culto e ensino.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Porque vou votar no Serra.

Encontrei esse texto no blog de um amigo meu, ele não sabe de quem é o texto e nem eu, mas é fantástico, genial e então resolvi passar pra frente.



Vou votar no Serra, do PSDB. Cansei... Basta!!



Cansei de ir ao supermercado e encontrá-lo cheio.
O alimento está barato demais.
O salário dos pobres aumentou, e qualquer um agora se mete
a comprar, carne, queijo, presunto, hambúrguer e iogurte.

Cansei dos bares e restaurantes lotados nos fins de semana.
Se sobra algum, a gentalha toda vai para a noite.

Cansei dessa demagogia.

Cansei de ir em Shopping e ver a pobreza comprando e desfilando com seus celulares.
O governo reduziu os impostos para os computadores.
A Internet virou coisa de qualquer um. Pode?
Até o filho da manicure, pedreiro, catador de papel, agora navega...

Cansei dos estacionamentos sem vaga.
Com essa coisa de juro baixo, todo mundo tem carro, até a minha empregada.
"É uma vergonha!", como dizia o Boris Casoy.
Com o Serra os congestionamentos vão acabar,
porque como em S. Paulo, vai instalar postos de pedágio nas estradas
brasileiras a cada 35 km e cobrar caro.

Quero aumento da gasolina na calada da noite, como na era FHC.

Cansei da moda banalizada. Agora, qualquer um pode vestir uma confecção.
O que era exclusivo da Oscar Freire, agora, se vende até no Braz.
Tem até crédito oferecido pelo governo.
Vergonha, vergonha, vergonha...

Cansei dessa coisa de biodiesel, de agricultura familiar.
O caseiro do meu sítio agora virou "empreendedor" no Nordeste. Pode?

Cansei dessa coisa assistencialista de Bolsa Família.
Esse dinheiro poderia ser utilizado para abater a dívida dos empresários
de comunicação (Globo, SB T, Band, RedeTV, CNT, Folha SP, Estadão etc.).
A coitada da "Veja" passando dificuldade e esse governo alimentando gabiru em
Pernambuco. É o fim do mundo.

Cansei dessa história de PROUNI, que botou esses tipinhos,
sem berço, na universidade. Até índio, agora, vira médico e advogado.
É um desrespeito... Meus filhos, que foram bem criados, precisam conviver
e competir com essa raça.

Cansei dessa história de Luz para Todos.
Os capiaus, agora, vão assistir TV até tarde.
E, lógico, vão acordar ao meio-dia.
Quem vai cuidar da lavoura do Brasil?... Diga aí, seu Lula...

Cansei dessa história de facilitar a construção e a compra da casa própria
(73% da população, hoje, tem casa própria, segundo pesquisas recentes do IBGE).
E os coitados que vivem de cobrar aluguéis?... O que será deles?

Cansei dessa palhaçada da desvalorização do dólar.
Agora, qualquer um tem MP3, celular e câmera digital.
Qualquer umazinha, aqui do prédio, vai passar férias no Exterior. É o fim...

Eu ia anular, mas cansei.
Basta! Vou votar no Serra.
Quero ver essa gentalha no lugar que lhe é devido.



terça-feira, 19 de outubro de 2010

Ansiedade!! Batizado da Laura.

Faltam exatamente 25 dias para o batizado da Laura (minha afilhadinha), estou super ansiosa e pensando em mil coisas pra que esse dia seja único, muito especial. O vestido que ela vai usar, os sapatos... tem que ser tudo perfeito. Estou pensando em algo tipo casinha de abelha para o vestido. É bem tradicional e acho que vai ficar bem chique. Os sapatos ainda não pensei muito bem.
Agora o que está me deixando mais preocupada são as lembrancinhas. Vamos fazer um marcador de páginas com uma arte bem bacana com fotos dela e uma mensagem especial, pensei em alguns doces para decorar e deixar o ambiente da Igreja bem leve e infantil. Pensei tbm em distribuir algumas amêndoas confeitadas em embalagens de tecido(tule ou organza) não sei bem. Enfim estou assim cheia de idéias, mas ainda com poucas soluções.


Essa é a Laura olhem como ela é perfeita, merece tudo de mais lindo que pudermos fazer.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Manifesto Evangélico por um Processo Eleitoral Ético

Nós, evangélicos e evangélicas, brasileiros, eleitores e cidadãos comprometidos com a verdade e a justiça, manifestamos profeticamente as nossas rejeições e defesas diante da onda de conservadorismo que se abateu sobre o país nesse processo eleitoral.

Rejeitamos os posicionamentos de alguns líderes evangélicos, que em vez de preparar cidadãos, com plenos conhecimentos de seus direitos e deveres, encaminham seus fieis para um exercício equivocado da fé.

Rejeitamos a disseminação de boatos e inverdades com fim de manipular o eleitorado.

Rejeitamos a manipulação, seja ela de que forma for, e a redução das questões cruciais e relevantes no processo eleitoral a temas presos ao mero moralismo.

Rejeitamos o uso da fé como instrumento de manipulação política no momento em que temas como erradicação da pobreza, sustentabilidade ambiental e desigualdade social precisam ser discutidos pela sociedade.

Rejeitamos o papel da mídia, que dá voz e espaço, para que a onda de conservadorismo ganhe visibilidade, desviando o foco das propostas dos candidatos.

Rejeitamos a demonização dos candidatos e partidos, além do processo eleitoral.

Rejeitamos a difusão de informações equivocadas dos papéis que cabem ao Executivo e ao Legislativo no país.

Rejeitamos qualquer forma de intolerância religiosa.

Dessa forma, defendemos que as eleições devem girar em torno das questões programáticas e dos planos de governo.

Defendemos, como herança do Protestantismo, a manutenção e o fortalecimento do Estado Laico.

Defendemos a necessidade de uma reforma política e eleitoral que leve o Brasil, do sistema proporcional, no máximo, ao distrital misto, para que os candidatos tenham vínculos comunitários.

Defendemos o aprofundamento do Estado de Direito e a consecução do estabelecimento do Estado de Equidade social, política e econômica.

Defendemos uma Igreja independente, que não se submeta aos interesses políticos e eleitorais. Ao contrário, que exerça sua função profética produzindo cidadãos livres e conscientes de seu papel cívico.

Defendemos a manutenção e o avanço das conquistas sociais que, nos últimos anos, fizeram com que uma parcela significativa de brasileiros saísse dos níveis de pobreza inaceitáveis em que viviam.

Defendemos a manutenção de políticas públicas que promovam a erradicação da pobreza e a maior igualdade entre os brasileiros.

Por fim, assumimos o compromisso de continuarmos orando e contribuindo solidariamente com a construção de um Brasil sustentável, economicamente viável e socialmente justo.


Texto de Ariovaldo Ramos publicado originalmente no blog http://ari-avida.blogspot.com

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Pronunciamento da Alinça Batista do Brasil

PRONUNCIAMENTO DA ALIANÇA DE BATISTAS DO BRASIL

ELEIÇÕES 2010

A Aliança de Batistas do Brasil vem por meio deste documento reafirmar o compromisso histórico dos batistas, em todo o mundo, com a liberdade de consciência em matéria de religião, política e cidadania. A paixão pela liberdade faz com que, como batistas, sejamos um povo marcado pela pluralidade teológica, eclesiológica e ideológica, sem prejuízo de nossa identidade. Dessa forma, ninguém pode se sentir autorizado a falar como “a voz batista”, a menos que isso lhe seja facultado pelos meios burocráticos e democráticos de nossa engrenagem denominacional.

Em nome da liberdade e da pluralidade batistas, portanto, a Aliança de Batistas do Brasil torna pública sua repulsa a toda estratégia político-religiosa de “demonização do Partido dos Trabalhadores do Brasil” (doravante PT). Nesse sentido, a intenção do presente documento é deixar claro à sociedade brasileira duas coisas: (1) mostrar que tais discursos de demonização do PT não representam o que se poderia conceber como o pensamento dos batistas brasileiros, mas somente um posicionamento muito pontual e situado; (2) e tornar notório que, como batistas brasileiros, as idéias aqui defendidas são tão batistas quanto as que estão sendo relativizadas.

1. A Aliança de Batistas do Brasil é uma entidade ecumênica e dedicada, entre outras tarefas, ao diálogo constante com irmãos e irmãs de outras tradições cristãs e religiosas. Compreendemos que tal posicionamento não fere nossa identidade. Do contrário, reafirma-a enquanto membro do Corpo de Cristo, misteriosamente Uno e Diverso. Assim, consideramos vergonhoso que pastores e igrejas batistas histórica e tradicionalmente anticatólicos, além de serem caracterizados por práticas proselitistas frente a irmãos e irmãs de outras tradições religiosas de nosso país, professem no presente momento a participação em coalizões religiosas de composição profundamente suspeita do ponto de vista moral, cujos fins dizem respeito ao destino político do Brasil. Vigoraria aí o princípio apontado por Rubem Alves (1987, p. 27-28) de que “em tempos difíceis os inimigos fazem as pazes”? Com o exposto, desejamos fazer notória a separação entre os interesses ideológicos de tais coalizões e os valores radicados no Evangelho. Por não representarem a prática cotidiana de grande fração de pastores e igrejas batistas brasileiras, tais coalizões deixam claro sua intenção e seu fundo ideológico, porém, bem pouco evangélico. Logrado o êxito buscado, as igrejas e os pastores batistas comprometidos com as coalizões “antipetistas” dariam continuidade à prática ecumênica e ao diálogo fraterno com a Igreja Católica, assim como com as demais denominações evangélicas e tradições religiosas brasileiras? Ou logrado o êxito perseguido, tais igrejas e pastores retornariam à postura de gueto e proselitismo que lhes marcam histórica e tradicionalmente?

2. Como entidade preocupada e atuante em face da injustiça social que campeia em nosso país desde seu “descobrimento”, a Aliança de Batistas do Brasil sente-se na obrigação de contradizer o discurso que atribui ao PT a emergente “legalização da iniqüidade”. Consideramos muito estranho que discursos como esse tenham aparecido somente agora, 30 anos depois de posicionamentos silenciosos e marcados por uma profunda e vergonhosa omissão diante da opressão e da violência a liberdades civis, sobretudo durante a ditadura militar (1964-1985). Estranhamos ainda que tais discursos se irmanem com grupos e figuras do universo político-evangélico maculadas pelo dinheiro na cueca em Brasília, além da fatídica oração ao “Senhor” (Mamon?). Estranhamos ainda que tais discursos não denunciem a fome, o acúmulo de riqueza e de terras no Brasil (cf. Isaías 5,8), a pedofilia no meio católico e entre pastores protestantes, como iniquidades há tempos institucionalizadas entre nós. Estranhamos ainda que tais discursos somente agora notem a possibilidade da legalização da iniquidade nas instituições governamentais, e faça vistas grossas para a fatídica política neoliberal de FHC, além da compra do congresso para aprovar a reeleição. Estranhamos que tais discursos não considerem nossos códigos penal e tributário como iniqüidades institucionalizadas. Os exemplos de como a iniqüidade está radicalmente institucionalizada entre nós são tantos que seriam extenuantes. Certamente para quem se domesticou a ver nas injustiças sociais de nosso Brasil um fato “natural”, ou mesmo como a “vontade de Deus”, nada do mencionado antes parece ser iníquo. Infelizmente!

3. Como entidade identificada com o rigor da crítica e da autocrítica, desejamos expressar nosso descontentamento com a manipulação de imagens e de informações retalhadas, organizadas como apelo emocional e ideológico que mais falseia a realidade do que a apreende ou a esclarece. Textos, vídeos, e outros recursos de comunicação de massa, devem ser criteriosamente avaliados. Os discursos difamatórios tais como os que se dirigem agora contra o PT quase sempre se caracterizam por exemplos isolados recortados da realidade. Quase sempre, tais exemplos não são representativos da totalidade dos grupos e das ideologias envolvidas. Dito de forma simples: uma das armas prediletas da difamação é a manipulação, que se dá quase sempre pelo uso de falas e declarações retiradas do contexto maior de onde foram emitidas. Em lugar de estratégias como essas, que consideramos como atentados à ética e à inteligência das pessoas, gostaríamos de instigar aos pastores, igrejas, demais grupos eclesiásticos e civis, o debate franco e aberto, marcado pelo respeito e pela honestidade, mesmo que resultem em divergências de pensamento entre os participantes.

4. A Aliança de Batistas de Brasil é uma entidade identificada com a promoção e a defesa da vida para toda a sociedade humana e para o planeta. Mas consideramos também que é um perigo quando o discurso de defesa da vida toma carona em rancores de ordem política e ideológica. Consideramos, além disso, como uma conquista inegociável a laicidade de nosso estado. Por isso, desconfiamos de todo discurso e de todo projeto que visa (re)unir certas visões religiosas com as leis que regem nossa sociedade. A laicidade do estado, enquanto conquista histórica, deve permanecer como meio de evitar que certas influências religiosas usurpem o privilégio perante o estado, e promova assim a segregação de confissões religiosas diferentes. É mister recordar uma afirmação de um dos grandes referenciais teológicos entre os batistas brasileiros, atualmente esquecido: “Os batistas crêem na liberdade religiosa para si próprios. Mas eles crêem também na igualdade de todos os homens. Para eles, isso não é um direito; é uma paixão. Embora não tenhamos nenhuma simpatia pelo ateísmo, agnosticismo ou materialismo, nós defendemos a liberdade do ateu, do agnóstico e do materialista em suas convicções religiosas ou não-religiosas” (E. E. Mullins, citado por W. Shurden). Nossa posição está assentada na convicção de que o Evangelho, numa dada sociedade, não deve se garantir por meio das leis, mas por meio da influência da vida nova em Jesus Cristo. Não reza a maior parte das Histórias Eclesiásticas a convicção de que a derrota do Cristianismo consistiu justamente em seu irmanamento com o Império Romano? Impor a influência de nossa fé por meio das leis do estado não é afirmar a fraqueza e a insuficiência do Evangelho como “poder de Deus para a salvação de todo o que crê”? No mais, em regimes democráticos como o estado brasileiro, existem mecanismos de participação política e popular cuja finalidade é a construção de uma estrutura governamental cada vez mais participativa. Foi-se o tempo em que nossa participação política estava confinada à representatividade daqueles em quem votamos.

5. A Aliança de Batistas do Brasil se posiciona contra a demonização do PT, levando em consideração também que tal processo nega o legado histórico do Partido dos Trabalhadores na construção de um projeto político nascido nas bases populares e identificado com a inclusão e a justiça social. Os que afirmam o nascimento de um “império da iniquidade”, com uma possível vitória do PT nas atuais eleições, “esquecem” o fundamental papel deste partido em projetos que trouxeram mais justiça para a nação brasileira, como, por exemplo: na reorganização dos movimentos trabalhistas, ainda no período da ditadura militar, visando torná-los independentes da tutela do estado; na implantação e fortalecimento do movimento agrário-ecológico dos seringueiros do Acre pela instalação de reservas extrativistas na Amazônia, dirigido, na década de 1980, por Chico Mendes; nas ações em favor da democracia, lutando contra a ditadura militar e utilizando, em sua própria organização, métodos democráticos, rompendo com o velho “peleguismo” e com a burocracia sindical dos tempos varguistas; nas propostas e lutas em favor da reforma agrária ao lado de movimentos de trabalhadores rurais, sobretudo o MST; no apoio às lutas pelos direitos das crianças, adolescentes, jovens, mulheres, homossexuais, negros e indígenas; e na elaboração de estratégias, posteriormente transformadas em programas, de combate à fome e à miséria. Atualmente, na reta final do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, vemos que muita coisa desse projeto político nascido nas bases populares foi aplicado. O governo Lula caminha para seu encerramento apresentando um histórico de significativas mudanças no Brasil: diminuição do índice de desemprego, ampliação dos investimentos e oportunidades para a agricultura familiar, aumento do salário mínimo, liquidação das dívidas com o FMI, fim do ciclo de privatização de empresas estatais, redução da pobreza e miséria, melhor distribuição de renda, maior acesso à alimentação e à educação, diminuição do trabalho escravo, redução da taxa de desmatamento etc. É verdade que ainda há muito a se avançar em várias áreas vitais do Brasil, mas não há como negar que o atual governo do PT na Presidência da República tem favorecido a garantia dos direitos humanos da população brasileira, o que, com certeza, não aconteceria num “império de iniquidade”. Está ficando cada vez mais claro que os pregadores que anunciam dos seus púpitos o início de uma suposta amplitude do mal, numa continuidade do PT no Executivo Federal, são os que estão com saudade do Brasil ajoelhado diante do capital estrangeiro, produzindo e gerenciando miséria, matando trabalhadores rurais, favorecendo os latifundiários, tratando aposentados como vagabundos, humilhando os desempregados e propondo o fim da história.

Enfim, a Aliança de Batistas do Brasil vem a público levantar o seu protesto contra o processo apelatório e discriminador que nos últimos dias tem associado o Partido dos Trabalhadores às forças da iniquidade. Lamentamos, sobretudo, a participação de líderes e igrejas cristãs nesses discursos e atitudes, que lembram muito a preparação das fogueiras da inquisição.

Maceió, 10 de setembro de 2010.

Pastora Odja Barros Santos – Presidente

Pastores/as batistas membros da Aliança

Pr. Joel Zeferino _ Igreja Batista Nazaré – Salvador-BA

Pr. Wellington Santos – Igreja Batista do Pinheiro – Maceió-AL

Pr. Paulo César – Igreja Batista Bultrins – Olinda –PE

Pr. Paulo Nascimento – Igreja Batista da Forene – Maceió-AL

Pr. Reginaldo José da Silva – Igreja Batista da Cidade evangélica dos órfãos – Bonança-PE

Pr. Waldir Martins Barbosa – Ig. Batista Esperança

Pr. Silvan dos Santos – Igreja Batista Pinheiros – São Lourenço da Mata- PE

Pr. Marcos Monteiro – Comunidade de Jesus – Feira de Santana – BA

Pr. João Carlos Silva de Araujo - Primeira Igreja Batista do Recreio

Pra. Marinilza dos Santos - Igreja Batista Pinheiros – São Lourenço da Mata- PE

Pr. Adriano Trajano – Chã Preta – AL

Pr. Pedro Virgilio da Silva Filho - Serrinha BA

Pr. Gilmar de Araújo Duarte - PIB Brás de Pina – RJ

Pr. Alessandro Rodrigues Rocha - SIB Petrópolis, Petrópolis RJ

Pr. Nilo Tavares Silva - Igreja:Batista em Praça do Carmo, Rio de Janeiro RJ

Pr.Luis Nascimento - Princeton, NJ – USA

Pr.Raimundo Barreto – USA


terça-feira, 5 de outubro de 2010

Eleições 2010 Por Sandro Amadeu Cerveira

Estamos vivendo um período de grandes decisões para o nosso país. A primeira etapa das eleições já aconteceu e precisamos dizer às pessoas que ainda não entenderam, o que realmente está em jogo. Estivemos diante de um bombardeio de informações imorais e que em sua maioria faltavam com a verdade. Muitos vídeos despejados sem nenhum cuidado na internet, assim como artigos distribuídos por todo o país sem sequer serem verificados. Mostrar que somos contra a demonização do PT (Partido dos trabalhadores) e ainda de estratégias absurdas usadas por outros (dizentes mediadores de Deus) de caluniarem a candidata do PV (Partido Verde) lhe atribuindo posicionamentos que são realmente seus, mas que em nada tem a ver com sua fé ou sua conduta moral, manipulando informações retalhadas que não representam sua ideologia.


O texto que vou postar a seguir é de autoria o Rev. Sandro Amadeu Cerveira, Pastor na 2ª Igreja Presbiteriana de Belo Horizonte e fala com muita propriedade e bastante coesão sobre esse tema de tanta importância.


Eleições 2010 e os aproveitadores da boa fé e da credulidade evangélica

Rev. Sandro Amadeu Cerveira (02/10/10)

Talvez eu tenha falhado como pastor nestas eleições. Digo isso porque estou com a impressão de ter feito pouco para desconstruir ou no pelo menos problematizar a onda de boataria e os posicionamentos "ungidos" de alguns caciques evangélicos. [1]

Talvez o mais grotesco tenham sido os emails e "vídeos" afirmando que votar em Dilma e no PT seria o mesmo que apoiar uma conspiração que mataria Dilma (por meios sobrenaturais) assim que fosse eleita e logo a seguir implantaria no Brasil uma ditadura comunista-luciferiana pelas mãos do filho de Michel Temer. Em outras o próprio Temer seria o satanista mor. Confesso que não respondi publicamente esse tipo de mensagem por acreditar que tamanha absurdo seria rejeitada pelo bom senso de meus irmãos evangélicos. Para além da "viagem" do conteúdo a absoluta falta de fontes e provas para estas "notícias" deveria ter levado (acreditei) as pessoas de boa fé a pelo menos desconfiar destas graves acusações infundadas. [2]

A candidata Marina Silva, uma evangélica da Assembléia de Deus, até onde se sabe sem qualquer mancha em sua biografia, também não saiu ilesa. Várias denominações evangélicas antes fervorosas defensoras de um "candidato evangélico" a presidência da república simplesmente ignoraram esta assembleiana de longa data.

Como se não bastasse, Marina foi também acusada pelo pastor Silas Malafaia de ser "dissimulada", "pior do que o ímpio" e defender, (segundo ele), um plebiscito sobre o aborto. Surpreende como um líder da inteligência de Malafaia declare seu apoio a Marina em um dia, mude de voto três dias depois e à apenas 6 dias das eleições desconheça as proposições de sua irmã na fé.

De fato Marina Silva afirmou (desde cedo na campanha, diga-se de passagem) que "casos de alta complexidade cultural, moral, social e espiritual como esses, (aborto e maconha) deveriam ser debatidos pela sociedade na forma de plebiscito" [3], mas de fato não disse que uma vez eleita ela convocaria esse plebiscito.

O mais surpreendentemente, porém foi o absoluto silêncio quanto ao candidato José Serra. O candidato tucano foi curiosamente poupado. Somente a campanha adversária lembrou que foi ele, Serra a trazer o aborto para dentro do Sistema Único de Saúde (SUS) [4]. Enquanto ministro da saúde o candidato do PSDB assinou em 1998 a norma técnica do SUS ordenando regras para fazer abortos previstos em lei, até o 5º mês de gravidez [5]. Fiquei intrigado que nenhum colega pastor absolutamente contra o aborto tenha se dignado a me avisar desta "barbaridade".

Também foi de estranhar que nenhum pastor preocupado com a legalização das drogas tenha disparado uma enxurrada de-mails alertando os evangélicos de que o presidente de honra do PSDB, e ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso defenda a descriminalização da posse de maconha para o consumo pessoal [6].

Por fim nem Malafaia, nem os boateiros de plantão tiveram interesse em dar visibilidade a noticia veiculada pelo jornal a Folha de São Paulo (Edição eletrônica de 21/06/10) nos alertando para o fato de que "O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, afirmou nesta segunda-feira ser a favor da união civil e da adoção de crianças por casais homossexuais." [7]

Depois de tudo isso é razoável desconfiar que o problema não esteja realmente na posição que os candidatos tenham sobre o aborto, união civil e adoção de crianças por homossexuais ou ainda a descriminalização da maconha. Se o problema fosse realmente o comprometimento dos candidatos e seus partidos com as questões acima os líderes evangélicos que abominam estas propostas não teriam alternativa.

A única postura coerente seria então pregar o voto nulo, branco ou ainda a ausência justificada. Se tivessem realmente a coragem que aparentam em suas bravatas televisivas deveriam convocar um boicote às eleições. Um gigantesco protesto a-partidário denunciando o fato de que nenhum dos candidatos com chances de ser eleitos tenha realmente se comprometido de forma clara e inequívoca com os valores evangélicos. Fazer uma denuncia seletiva de quem esta comprometido com a "iniqüidade" é, no mínimo, desonesto.

Falar mal de candidato A e beneficiar B por tabela (sendo que B está igualmente comprometido com os mesmo "problemas") é muito fácil. Difícil é se arriscar num ato conseqüente de desobediência civil como fez Luther King quando entendeu que as leis de seu país eram iníquas.

Termino dizendo que não deixarei de votar nestas eleições.

Não o farei por ter alguma esperança de que o Estado brasileiro transforme nossos costumes e percepções morais em lei criminalizando o que consideramos pecado. Aliás tenho verdadeiro pavor de abrir esse precedente.

Não o farei porque acredite que a pessoa em quem votarei seja católica, cristã ou evangélica e isso vá "abençoar" o Brasil. Sei, como lembrou o apóstolo Paulo, que se agisse assim teria de sair do mundo.

Votarei consciente de que os temas aqui mencionados (união civil de pessoas do mesmo sexo, descriminalização do aborto, descriminalização de algumas drogas entre outras polêmicas) não serão resolvidos pelo presidente ou presidenta da república. Como qualquer pessoa informada sobre o tema, sei que assuntos assim devem ser discutidos pela sociedade civil, pelo legislativo e eventualmente pelo judiciário (como foi o caso da lei de biossegurança) [8] com serenidade e racionalidade.

Votarei na pessoa que acredito representa o melhor projeto político para o Brasil levando em conta outras questões (aparentemente esquecidas pelos lideres evangélicos presentes na mídia) tais como distribuição de renda, justiça social, direitos humanos, tratamento digno para os profissionais da educação, entre outros temas. (Ver Mateus 25: 31-46) Estas questões até podem não interessar aos líderes evangélicos e cristãos em geral que já ascenderam à classe média alta, mas certamente tem toda a relevância para nossos irmãos mais pobres.